SINOPSE
Há muito desejava escrever a história de meu irmão Nilo Araújo Sampaio, o que agora felizmente se tornou realidade.
Por muito tempo seus escritos estiveram nas mãos de nossa dedicada irmã Neusa e só após o seu falecimento vieram para minha guarda.
Esta querida irmã sempre cuidou com esmero do acervo cultural, tanto do Nilo como do outro irmão, Newton, sendo a responsável por resgatar escritos e notícias no Rio de Janeiro e em Curitiba, e também por pesquisar em jornais, revistas e bibliotecas.
Ao contrário do Newton, cujas obras alcançaram muitas publicações, tendo recebido, inclusive, prêmio da Academia Brasileira de Letras, Nilo não viu seu trabalho reunido em um livro como sempre sonhou.
Como relato no texto deste modesto trabalho, em uma ocasião a Editora Panamericana chegou a anunciar a edição de um livro do Nilo, que receberia o título de “Cidade Aberta”, afirmando com grande destaque que esta obra o consagraria no mundo da letras. Porém, a iniciativa ficou apenas no projeto.
Com esta publicação desejo prestar uma homenagem ao jovem que veio do interior, lutou, estudou, leu muito e escreveu mais ainda, passou por todas as dificuldades próprias daquela época, ajudou tanta gente interessada em mostrar seu talento na cidade grande, mas que teve sua vida interrompida aos 28 anos de idade, não podendo coroar de êxito tudo o que queria produzir.
Já tive a oportunidade de editar outro livro (Nem sempre verdade... Nem tanto folclore) escrito com o objetivo de registrar fatos presenciados ou conhecidos nas minhas andanças por este amado Paraná, sempre pelo viés caricato, buscando fazer com que estas estórias não se perdessem com o tempo. Mas este livro sobre o Nilo me provoca outras emoções. E me sinto bastante feliz por finalmente poder contar um pouco da história de alguém que, se tivesse tido mais tempo, certamente teria cumprido a previsão da Editora Panamericana e se tornado um escritor consagrado.
Uma vez, ao assumir a direção de um cargo público, estava apresentando meu estilo de trabalho e dizendo quais objetivos deveríamos alcançar. Ao passar a palavra aos funcionários, uma senhora antiga na repartição, começava observando que como eu vinha da área política colocava sempre a expressão “nós”, talvez querendo aparentar certa modéstia. Devolvi-lhe a colocação com uma pergunta: “Tudo o que é feito aqui é exclusivamente por suas mãos? Ninguém faz nada? Seria melhor dispensar todos os outros?”, jamais recebi resposta.
Conto isso porque sempre acreditei que ninguém é capaz de fazer tudo sozinho.
A prova está aqui. Não fosse o incentivo dos meus filhos, dos demais familiares e amigos, da jornalista Solange Patrício, que tão gentilmente procedeu à revisão do texto, do filho Marcelo, autor do prefácio, do olhar competente do Anthony, etc., esta obra ainda estaria só na vontade. Um sincero agradecimento a todos que ajudaram a tornar realidade a publicação deste livro, um breve relato sobre mais um paranaense que tanto colaborou com as letras de nossa terra, mas que continua esquecido.
Pedro Sampaio - Organizador
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