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SINOPSE
Um dia imaginei como seria possível e quais as alternativas de caminhos que nos conduzem ao encontro com nós próprios, que ocorre a partir do momento em que tomamos consciência da nossa realidade dimensional e espiritual!
E, como poderá ocorrer este encontro? Especialmente nesta fase de transição do planeta Terra, marcada por tantos desencontros, sofrimentos, ameaças de guerras e de uma pandemia de proporções jamais imaginadas!
Posso, igualmente, conceber como somos capazes de ser mais felizes caso nos encontrássemos uns com os outros – Fraterli Tutti (todos irmãos), apontou o Papa Francisco em sua última e recente Encíclica.
E, a partir destes encontros, seríamos capazes de vislumbrar a extraordinária riqueza que se encontra presente na intimidade do outro, bem como em nosso próprio interior!
Através destes encontros teremos a oportunidade de visualizar os tesouros ocultos presentes na alma do próximo e em nosso sub consciente.
Ficaríamos consternados ao observar a pequenez das nossas condutas e dos gestos insignificantes que dominam nossa existência; afinal, somos ainda reféns de fatos sem significância que governam e fazem parte da nossa jornada terrena. Estamos carentes de inteligência emocional.
Grande parte desta nossa menoridade, dominam nossas emoções! E fazem dos seres humanos, tão ricos em conteúdo de valores, tornarem-se atores sem expressão no palco da vida.
Ficamos perplexos quando descobrimos a pequenez e o poder influente destes fatos circunstanciais que gravitam ao nosso redor.
Por este motivo, a partir do momento em que o homem descortinar sua realidade espiritual, jamais será o mesmo. Deixará sua menoridade no passado!
Poucos de nós têm consciência da extensão do que realmente estamos fazendo e daquilo que podemos realizar no plano existencial. Ainda não temos respostas às indagações de onde viemos, para onde vamos e o que somos. Senão, uma sutil percepção do real significado destas profundas indagações.
Somos criaturas em processo de despertar do grande sono da matéria que nos envolve; o ser humano caminha na direção de si mesmo, ao encontro da sua própria pessoa para despertar o DEUS que se encontra adormecido em seu interior. “Retirar-se da bestialidade do mundo, para ficar só”, já dizia Hannah Arendt. As pessoas necessitam, com urgência, redefinir seu modo de caminhar e, deverá fazê-lo na direção da “hiper-pessoa” ou do “ponto Ômega” na expressão de Teilhard de Chardin.
Por sua vez, o grande segredo da filosofia de Sócrates consiste na construção do ser humano a partir do seu próprio conhecimento – conhece-te a ti mesmo! Para atingir este propósito, deve investigar-se mediante o processo de análise crítica vislumbrado por Descartes – penso, logo existo! Estas realidades são os desafios presentes e constantes em nossa fugida existência.
O significado da Lei Universal, sediado em nosso subconsciente, revela o verdadeiro sentido da existência. Afinal, estamos integrados, sem o sabermos, dentro de um universo de energias cuja tendência impulsiona-nos através de um élan vital, segundo conceitua Bérgson, que o identifica como o impulso criativo que move a humanidade na sua construção e desenvolvimento, em direção a uma sintonia cósmica. Todos os seres vivos do universo, se encontra conectados com uma energia cósmica multidimensional, que é movida por uma força ascendente. Teilhard de Chardin alude à esta realidade ao a denominar de energia espiritual.
Todavia, durante milênios esta realidade restou oculta na existência dos seres humanos e, por consequência, os condenou a transitar durante este longo período da história na escuridão, por causa da ausência do conhecimento desta verdade universal.
O que estamos fazendo para descobrir essa verdade existencial? Muito pouco!
Precisamos de imediato fazer emergir os pontos fundamentais presentes no âmago de nós próprios. Afinal, “as essências não podem ser localizadas”, mas podem ser conquistadas, a partir do momento em que deixarmos o mundo da menoridade e buscar o DEUS oculto, que se encontra pulsante em nosso interior – um caminhar através de estradas desconhecidas, em que será necessário um “fio condutor de Ariadne” para não nos perdermos nos labirintos da existência e do nosso inconsciente.
Por estarmos envolvidos e preocupados com o crescente número dos fatos insignificantes nos quais estamos imersos e aprisionados, ambiente em que predomina a materialidade e muito pouco de essencialidade, não conseguimos vislumbrar o maravilhoso universo presente em nosso interior que se encontra à nossa frente.
Estamos mais preocupados em criar problemas de diversas magnitudes, que emperram nossa existência, do que debruçar sobre as formas de superá-los e ou de encontrar soluções para resolvê-los.
Alguns despertaram; outros ainda continuam no letárgico sono da realidade espiritual. Helena Kolody, a célebre poeta Paranaense, sintetizou essa ideia através da sua profunda e sensível linhas poéticas ao dizer que, “Quando nascemos, Deus confere a cada um uma estrela. Muitos passam pela existência sem vislumbrá-la. Outros, no entanto, conseguem convertê-la em sol”.
O que fazer? O presente livro sugere uma reflexão e análise crítica sobre a questão do ENCONTRO com a realidade da vida – atribuindo a cada um o verdadeiro conhecimento sobre os efeitos das escolhas que fazemos a cada dia.
Afinal, o importante na pós-modernidade não é mais se utilizar da expressão: salve-se quem puder e, sim, salve-se quem souber, de acordo com Teilhard de Chardin. Em sua perspectiva, quem souber mais, certamente fará escolhas mais corretas.
“Esclarecimento é a saída do homem de sua auto imposta menoridade”, já lecionava Kant. E o filósofo ainda ensinou que, “menoridade é a incapacidade de se servir de seu entendimento sem a direção do outro”. Para atingir essa conduta necessária e sair da sua pequenez espiritual e, para nos libertar, será preciso utilizar-se do sapere aude – atreva-se a conhecer ou tenha coragem de pensar por si mesmo, na feliz expressão de Hannah Arendt. E, a partir desta postura, descobrir os caminhos que nos conduzem ao encontro do nosso próprio EU. Neste momento seremos livres, porque o processo de libertação passa necessariamente pelo conhecimento da verdade que habita em nosso interior.
Na lição de Erich Fromm, em seu livro TER e SER, o autor conclui que a cidade do futuro não será a Cidade de Deus e, nem a Cidade Terrena, será a Cidade do Ser. Diante destes imensos desafios, o autor realiza uma incursão nas mais diversas obras e autores renomados – todos eles de cunho espiritualista -, para atingir o “ponto Ômega” de Teilhard de Chardin. Há, nessa literatura consultada, ideias e pensamentos maravilhosos, que emergem das profundezas dos oceanos da intimidade de cada um. Auscultar a imensa espiritualidade de Sócrates, Baruch Spinoza, René Descartes, Léon Denis, Immanuel Kant, Albert Einstein, Teilhard de Chardin, Eric Fromm, Allan Kardec, Divaldo Franco e Joanna de Angelis, dentre outros igualmente enriquecedores, foi uma experiência especial na minha existência, que gostaria de compartilhar com você caro leitor amigo - com a sua devida permissão. Não tenho a veleidade e muito menos a pretensão de ensinar ninguém. Há mais de cinco décadas estou em sala de aula convivendo e trocando imensas energias com meus alunos; uma experiência terrena divina! Prefaciando Cora Coralina posso dizer que sou feliz, porque: “feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Como será observado nas páginas desta obra, a conquista do ser é o nosso maior desafio e, certamente, a melhor de todas as conquistas que adquirimos em nossa jornada na Terra. E, o ENCONTRO, que ocorre com a energia pulsante do amor, energia da fonte universal, é o analgésico de todo o nosso sofrimento, pois, no dizer de Joanna de Angelis, “o amor é o rio onde se afogam os sofrimentos, pela impossibilidade de sobrenadarem nas fortes correntezas dos seus impulsos benéficos”. Assim, estimado leitor, convido-lhe a realizar uma reflexão ou várias, bem como, ao final, realizar suas escolhas de forma livre e consciente. Permita-me dizer, de forma singela e despretensiosa, vale a pena tentar!
Curitiba, agosto de 2020.
Clayton Reis
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SUMÁRIO
Capítulo 1 O ENCONTRO DE PAULO DE TARSO.............21
Capítulo 2 O PONTO DE ENCONTRO DE DIOGO MAINARDI..........................................................27
Capítulo 3 A FILOSOFIA DE SÓCRATES – CONHECE-TE A TI MESMO.......................................................30
Capítulo 4 O ENCONTRO DE RENÉ DESCARTES COM A LÓGICA...............................................................41
Capítulo 5 O PASSO DA REFLEXÃO SEGUNDO TEILHARD DE CHARDIN.................................47
Capítulo 6 O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA.................50
Capítulo 7 A FILOSOFIA DE KARDEC NA DIREÇÃO DO ENCONTRO COM A RAZÃO............................56
Capítulo 8 O ENCONTRO COM A FAMÍLIA......................64
Capítulo 9 OS MECANISMOS FÍSICOS E ESPIRITUAIS DO ENCONTRO..................................................69
Capítulo 10 O ENCONTRO E AS DESCOBERTAS DO ESPÍRITO HUMANO..........................................74
Capítulo 11 O ENCONTRO COM O UNIVERSO FÍSICO.....80
Capítulo 12 O ENCONTRO COM O UNIVERSO ESPIRITUAL.......................................................86
Capítulo 13 O CONTRARIA SUNT COMPLEMENTA DE NIELS BOHR.......................................................90
Capítulo 14 O ENCONTRO COM A NOOSFERA DE PIERRE TEILHARD DE CHARDIN................................95
Capítulo 15 O QUE SOMOS, DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VAMOS?................................................105
Capítulo 16 O ENCONTRO COM O CRIADOR DENTRO DE NÓS....................................................................117
Capítulo 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................121
REFERÊNCIAS .................................................129
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