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DIREITOS HUMANOS SOB A PERSPECTIVA GLOBAL: ESTUDOS EM HOMENAGEM À FLÁVIA PIOVESAN

Autor: COORDENADORES Eduardo Biacchi Gomes Danielle Anne Pamplona Mônia Clarissa Hennig Leal ORGANIZADORES Amélia do Carmo Sampaio Rossi Melina Fachin
Páginas: 564 pgs.
Ano da Publicação: 2017
Editora: Instituto Memória
Preço: R$ 150,00

SINOPSE

Acedi prontamente ao convite a fim de redigir apresentação à publicação de estudos em homenagem à Professora Flávia Piovesan. As legítimas motivações para tanto não são poucas e se revestem de caráter genuíno. A coletânea sob a perspectiva global dos direitos humanos encontra total coerência entre o meio e o fim: a obra instrumentaliza a homenagem que cumpre um imperativo ao mesmo tempo afetivo e racional.

A proteção constitucional e internacional dos direitos humanos fez morada na trajetória acadêmica, docente e profissional da Professora Doutora homenageada; ilustra o quadro dos Procuradores do Estado de São Paulo com os títulos de Mestrado e de Doutorado obtidos junto à PUC-SP, instituição na qual ministra aulas na graduação e na pós-graduação. Visiting fellow de instituições renomadas, professora visitante de programas de pós-graduação, membro de renomadas entidades e conselhos, tem experiência de relevo em matéria de direitos sociais, culturais e econômicos.

De longa data conheço e acompanho afazeres, letras e práticas da formulação teórica e pragmática que a Professora Flávia desenvolveu. Fez uma fidedigna legião de inteligências e ideias multiplicadas no Brasil e no exterior.

Os artigos e os autores traduzem, por si só, esse tributo merecido a todos os títulos. Ademais, o preito justo encontra na destinatária incansável voz em defesa dos direitos humanos. É um brado com consistência indiscutível a clamar respeito e defesa, especialmente dos invisíveis ao mundo do direito.

Neste tempo de hipertrofia do dissenso e sinais da intolerância, a homenageada está entre as mentes e corações que tem acolhido a exortação do Papa Francisco: Não nos resignemos. Não renunciemos a perguntar-nos pelos fins e o sentido de tudo.

Justiça, diversidade e a ordem pública internacional estão na agenda dessa presentificação tensa que vivemos urbi et orbi. Cumpre, pois, sem fazer apologia do pretérito nem diluir as possibilidades transformadoras do porvir, ter presente os dilemas contemporâneos, nomeadamente na seara dos direitos humanos.  A eventual perda do tônus da instância jurídica não pode conduzir a uma babelização argumentativa que se dissolve sem efetivações na proteção dos direitos fundamentais.

Escreveu Brice Parain (no prefácio do primeiro volume da Histórica da Filosofia, coleção publicada pela Galimard), ao final do século XX, que “nós estamos numa época na qual a liberdade se exaspera”. Esse sintoma continua desafiador.

Tal suscitação se mostra ainda mais sensível para os denominados guardiões da Constituição, na seara importante do controle de convencionalidade no Brasil, bem como na efetividade da solidariedade e dos deveres de proteção.

Na quadra deste momento, em tal campo, a aplicação do self-restraint pode traduzir repto entre a função de supressão, a fim de não usurpar a função típica do Parlamento, e o papel de legislador positivo quando são aplicados princípios constitucionais.

Há meios, para tanto, como por exemplo, a interpretação conforme a Constituição, a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, a inconstitucionalidade por omissão, e as decisões com eficácia aditiva ou com eficácia modificativa.

Como tem ensinado a Professora Flavia Piovesan aos estudantes e estudiosos que a admiram, impende perfilhar que apenas a noção pura e estática do Direito não dá conta desses desafios contemporâneos. Sem avançar desmesuradamente para tarefas da hermenêutica constitucional por meio da sociedade aberta os intérpretes da Constituição, como sustenta Peter Häberle, é imprescindível haurir, na transterritorialidade normativa, as três dimensões da Constituição: formal, substancial e prospectiva. Bifurca-se, aí, a responsabilidade diante do (e para o) Outro e a indiferença que reifica pessoas de carne e osso.

O caminho, por conseguinte, é o da alteridade; citando Paul Ricoeur, o papa Francisco escreveu, na recente Encíclica, que o ser humano aprende a reconhecer-se a si mesmo na relação com os outros. Não é tarefa fácil. Mas, parodiando uma das conclusões da Encíclica citada, que as nossas lutas e a nossa preocupação não nos tirem a alegria da esperança.

Expresso, assim, nossos sinceros cumprimentos à ilustre homenageada, honrado com a deferência dos eminentes organizadores da obra ao possibilitarem transpor, nestas palavras, estima e apreço à Professora Flavia Piovesan.

Brasília (DF), 23 de agosto de 2017, Dia Internacional para Relembrar o Tráfico de Escravos e sua Abolição.

Luiz Edson Fachin - Ministro do STF

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SUMÁRIO

NOTAS SOBRE OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS E CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE NO BRASIL..............................................................................................13

Ingo Wolfgang Sarlet

EL PROCESO DE INTERAMERICANIZACIÓN DE LOS ORDENAMIENTOS JURÍDICOS NACIONALES EN AMÉRICA LATINA...............................................................................................52

Mariela Morales Antoniazzi

Pablo Saavedra Alessandri

A NOVA ORDEM PÚBLICA INTERNACIONAL: DIREITOS HUMANOS, DIÁLOGOS E SOLIDARIEDADE................................105

Melina Girardi Fachin

EL ORIGEN, FUNDAMENTO, CONCEPTO Y CONTENIDO DEL CONTROL DE CONVENCIONALIDAD INTERNO QUE DEBEN CONCRETAR LOS ESTADOS PARTES DE LA CONVENCIÓN AMERICANA SOBRE DERECHOS HUMANOS Y LA JURISPRUDENCIA DE LA CORTE SUPREMA Y EL TRIBUNAL CONSTITUCIONAL CHILENOS......................................................114

Humberto Nogueira Alcalá

A POSTURA PREVENTIVA ADOTADA PELA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS: NOÇÕES DE “DEVER DE PROTEÇÃO” DO ESTADO COMO FUNDAMENTO PARA A UTILIZAÇÃO DAS “SENTENÇAS ESTRUTURANTES...245

Mônia Clarissa Hennig Leal

Douglas Matheus de Azevedo

LOS DERECHOS DE LOS PUEBLOS INDÍGENAS Y LA INDUSTRIA EXTRACTIVA..............................................................264

Gonzalo Aguilar Cavallo

TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS E PROFISSIONAIS DO SEXO: POSSIBILIDADE DE PROTEÇÃO À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA?........................................................................297

Luiz Paulo Dammski

Eduardo Biacchi Gomes

A NÃO INDIFERENÇA E A NOVA LEI SOBRE AS MIGRAÇÕES NO BRASIL............................................................................................318

Sidney Guerra

O CONCEITO DE REFUGIADOS AMBIENTAIS E OS IMIGRANTES HAITIANOS NO BRASIL.................................................................342

Priscila Caneparo dos Anjos

EMPRESAS DE TECNOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: DIAGNÓSTICOS E AVANÇOS NO SETOR....................................371

Anna Luisa Walter de Santana Daniele

Danielle Anne Pamplona

A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO E SUAS CONVENÇÕES FUNDAMENTAIS...............399

Marcelo Rodrigues

Marco Antônio César Villatore

O SENTIDO CONSTITUCIONAL DE DIVERSIDADE.....................431

Bruno Meneses Lorenzetto

DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS E A (RE) CONCILIAÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL EM UMA PERSPECTIVA PÓS- POSITIVISTA...................................................................................453

Jordão Violin

Amélia do Carmo Sampaio Rossi

APLICAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 778.889/PE.......................................................................................469

Estefânia Maria de Queiroz Barboza

Larissa Tomazoni

SOCIOAFETIVIDADE E MULTIPARENTALIDADE: O PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE COMO ORDENADOR DAS RELAÇÕES FAMILIARES....................................................................................496

Adriana Martins Silva

O SISTEMA PENAL E OS DIREITOS HUMANOS..........................526

Débora Cristina Veneral

O FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DO CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE NO BRASIL: UMA REINTERPRETAÇÃO INCLUSIVA DO §2º DO ARTIGO 5 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.........................................................................................540 

Luiz Guilherme Arcaro Conci