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UMA HISTÓRIA AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DA SERRA DO MAR: O Abastecimento de Água para Curitiba (1870-1929)

Autor: Lorena de Pauli
Páginas: 230 pgs.
Ano da Publicação: 2017
Editora: Instituto Memória
Preço: R$ 80,00

SINOPSE

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................11

1 UMA HISTÓRIA AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DA SERRA DO MAR ...................................................................................................37

1.1 CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA DOS MANANCIAIS DA SERRA...............................................................................................49

1.2 VESTÍGIOS DE ANTIGA POPULAÇÃO NOS MANANCIAIS DA SERRA...............................................................................................59

1.2.1 Os terrenos da Serra nas fontes oficiais...................................59

1.2.2 Terrenos, vizinhos, proprietários, moradores, famílias..............63

 

2 ODE A SERRA DO MAR: REPRESENTAÇÕES E DESCRIÇÕES....................................................................................86

2.1 O INSTINTO DOS CURITIBANOS E A ÁGUA DA SERRA.........86

2.2 AS IDÉIAS DE NATUREZA NO SÉCULO XIX.............................89

2.3 AS DIVERSAS SERRAS DO MAR DO SÉCULO XIX..................95

2.3.1 Serra acima ... Serra abaixo......................................................96

2.3.2 Em busca do paraíso perdido....................................................98

2.3.3 A Serra do Mar e sua eterna primavera....................................99

2.4 DESCRIÇÕES DA SERRA DO MAR NO SÉCULO XIX............102

2.4.1 Os viajantes ............................................................................102

2.4.1.1 Ave-Lallemant e as puras florestas de araucárias...............104

2.4.1.2 As impressões de Bigg-Wither: água pura e fresca numa floresta de cogumelos.......................................................................107

2.4.2 Os visitantes............................................................................115

2.4.2.1 Vieira dos Santos .................................................................115

2.4.2.2 Romário Martins e o antemural das regiões do planalto......115

2.4.2.3 Nestor Vitor e a subida da Serra .........................................119

 

3 OS MANANCIAIS DE CURITIBA E A ESCOLHA DA ÁGUA DA SERRA DO MAR..............................................................................129

3.1 AS ÁGUAS CURITIBANAS........................................................130

3.2 DO OLHO D’ÁGUA DO CAMPO A SERRA DO MAR: OS ESTUDOS E AS POSSIBILIDADES DE CAPTAÇÃO PARA CURITIBA.........................................................................................150

3.2.1 O olho da água do campo.......................................................150

3.2.2 Rio Ivo .....................................................................................156

3.2.3 Rios Belém e Barigui ..............................................................159

3.2.4 A primeira referência aos mananciais da Serra do Mar..........164

3.3 O PRIMEIRO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE CURITIBA.........................................................................................165

3.3.1 A escolha da água dos mananciais da Serra..........................167

3.3.2 A construção das represas nos mananciais da Serra do Mar....................................................................................................172

3.3.3 A inauguração e a expectativa pela chegada da água da Serra.................................................................................................188

3.3.4 Faltou água da Serra: a insuficiência dos mananciais da Serra.................................................................................................194

CONCLUSÃO...................................................................................209

REFERÊNCIAS................................................................................211

APÊNDICE: IDENTIFICAÇÃO DAS CINCO UNIDADES FITOGEOGRÁFICAS DO ESTADO DO PARANÁ..........................219

ANEXOS...........................................................................................225

 

INTRODUÇÃO

Para alguns, pode soar um tanto estranho um trabalho de História tratar de água e manancial para abastecimento humano. Pois, as diferentes áreas que têm por objeto de estudo as especificidades da natureza, com grande intimidade, se envolveram com o mais novo problema que é a preocupação com o futuro do mundo natural. Mas, sendo esta inquietação contemporânea, ela não é uma discussão restrita a esses cientistas.

Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra “Visão do Paraíso”, dedicou algumas palavras para justificar os equívocos da “ambição nostálgica de viver de novo as próprias origens”. O trecho é muito expressivo e, guardadas todas as suas especificidades, a clássica oposição entre a figura do taumaturgo e a do exorcista, pode servir de inspiração àqueles que aspiram fazer Histórias e Histórias Ambientais. Vale a pena transcrevê-lo.

 

Essa espécie de taumaturgia não pertence, em verdade, ao ofício do historiador, assim como não lhe pertence o querer erigir altares para o culto do Passado, desse passado posto no singular, que é palavra santa, mas oca. [...] eu oporia aqui à figura do taumaturgo e do exorcista. Não sem pedantismo, mas com um grão de verdade, diria efetivamente que uma das missões do historiador, desde que se interesse pelas coisas do seu tempo – mas em caso contrário ainda se pode chamar historiador? -, consiste em procurar afugentar do presente os demônios da história. Quer isso dizer, em outras palavras, que a lúcida inteligência das coisas idas ensina que não podemos voltar atrás e nem há como pretender ir buscar no passado o bom remédio para as misérias do momento que corre[1].

 

Assim, a História é a disciplina que pode compreender as questões ambientais nos tempos passados. Donald Worster, importante nome da História Ambiental norte-americana, em artigo intitulado “Para fazer História Ambiental”, indicou que para os historiadores ambientais a terra é “entendida como um agente e uma presença na história” [2].

Logo, a criação de um novo ramo de estudos sistematizado, chamado de História Ambiental demonstra que a produção do conhecimento histórico se faz, sempre, em sintonia com seu próprio tempo. O meio ambiente passou a ser um problema epistemológico, um problema de pesquisa, não completamente desconhecido, mas que exige novas análises, sempre associadas ao problema teórico e às relações sociais.

Portanto, a História Ambiental, além de cumprir seu papel social na tentativa de explicar o mundo contemporâneo, apontando os principais problemas ambientais, é um campo de trabalho em expansão, um novo ramo de pesquisas, ainda em construção, mas que responde às especificidades dos estudos da História. Sendo assim, uma abordagem das questões ambientais no tempo.

Peter Burke indicou na introdução de “A escrita da história”, que a História Econômica estava ameaçada por uma proposta jovem mais ambiciosa: a ecohistória ou a história do meio ambiente. Disse ainda, que o movimento ecológico provavelmente influenciaria a forma de como a História seria escrita, mesmo que ele já tivesse inspirado muitos estudos[3].

Nada é mais legítimo para situar as origens, preocupação e sistematização da temática ambiental na História do que o trabalho do historiador francês Emmanuel Le Roy Ladurie, sobre a história do clima, da chuva e do bom tempo, escrito na década de 1974[4].

Ladurie fez uma análise do desenvolvimento das técnicas da engenharia florestal, da biologia, e de outras disciplinas das ciências naturais. O resultado do trabalho destes cientistas, dizia ele, pode ser empregado na construção da historiografia sobre o clima. As compreensões de Le Roy Ladurie, sem dúvida alguma, são muito originais. Entre as técnicas o autor citou a organização das fontes sobre o clima, a dendrologia, a fenologia, o método factual e o método glaciológico, algumas bem conhecidas dos historiadores e outras quase completamente desconhecidas. Além de descrevê-las, fez observações sobre o método e o conteúdo, antes de tratar de tais tecnologias aplicadas na história do clima. Classificou como objetivo de análise central limitar o estudo do clima de uma região, visando definir um campo de “cosmologia cronológica”. Então, essa limitação espacial e as suas análises, esboçariam o futuro meteorológico, parte de uma “história cosmológica da natureza”, que não se dispõe a explicar a história humana. Mais do que isto, ela pretendia ser a disciplina base de um projeto “diverso mais ambicioso, que vise, ele mesmo, a história humana”. Estas bases, conforme Ladurie, serviriam para esclarecer questões sobre a fome e as epidemias e estimulariam também a interação nos contextos de grandes episódios da história, mas por mais interessantes que fossem, eram marginais e apenas consequências[5].

Olhar a história sobre este prisma, ainda com aparência pouco comum, identificou muitos problemas que de início pareciam poder ser resolvidos somente por cientistas naturais. Le Roy Ladurie condenou a postura de certos cientistas da natureza quanto à recusa da inserção de historiadores no curso de suas análises:

 

Transcendendo as táticas do momento, parece, com efeito, que a estratégia do historiador do clima consiste em se colocar, inicialmente, na linha de frente com os cientistas da natureza, numa intima colaboração interdisciplinar. Estes cientistas de início, acolhem o historiador como um intruso que não lhes diz nada de válido. O evadido de Clio? Pouco importa. O historiador, neste caso, engole a humilhação e esforça-se para que aceitem a contribuição específica que unicamente ele pode trazer[6].

 

Não há como negar a divisão de trabalhos entre as disciplinas, estabelecida há muito tempo. Sendo assim, também não há como recusar que o historiador possui formação para fornecer aos especialistas das Ciências Naturais o material (as fontes primárias) que se encontra nos arquivos espalhados pelo mundo afora. Ladurie destacou a contribuição da História: “os meteorologistas, desde longo tempo, deixaram de ser latinistas e não foram jamais (ninguém lhes afronta por isso!) paleógrafos, nem cliometristas”[7].

No Brasil, as questões ambientais ganham mais visibilidade e materialidade na segunda metade da década de 1990. Mas, a natureza esteve nas entrelinhas das grandes questões da História do Brasil. Apesar de não estarem conectadas com as nossas questões contemporâneas (nem poderiam), e sim, com as questões contemporâneas do tempo que os autores escreveram suas obras. Ou seja, antes da disseminação da História Ambiental, historiadores clássicos se encontraram com a natureza, com outros pressupostos, em outro momento histórico e dentro de suas especialidades.

Por exemplo, Sérgio Buarque de Holanda que tratou de variáveis ambientais (fauna, flora, solo, topografia, rios, alimentos) nos seus estudos sobre a América Portuguesa. Ele percebeu que as relações com a natureza no Brasil foram marcadas por uma conduta de geração de riquezas que custa ousadia, não trabalho. Notou a ausência de vontade criadora do colonizador. E focalizou as tecnologias agrícolas europeias e suas incapacidades na América Portuguesa. Dedicou atenção à extração de produtos naturais e ao legado econômico e social dessa economia norteada por recursos naturais. O que corresponde ao segundo nível da História Ambiental proposto por Worster, o das dimensões sociais e econômicas do uso da natureza[8].

Para Paulo Henrique Martinez, a História Ambiental do Brasil nasceu dentro de uma disciplina consolidada, a História, sobretudo da História Econômica e da obra dos intérpretes do Brasil. Segundo esse autor, o tema confunde-se com a própria História Econômica e Social do país e esteve presente em todos os momentos, em todas as dimensões das sociedades[9].

 

Contudo, não se pode dizer que a natureza sempre foi objeto e presença na historiografia brasileira, ela passou despercebida ou simplesmente serviu de cenário para a História do Brasil. Embora muitos pesquisadores da História Ambiental estejam se servindo de certas análises da sociedade brasileira e suas relações com a natureza.

Uma forma interessante de utilizar essas obras foi apontada por José Augusto Drummond, em 1990, quando propôs a revisão dos ciclos econômicos da História do Brasil, atentando-se para as questões ambientais, para identificar os tipos de sociedade que se formaram com a exploração de certos recursos naturais e quais foram as consequências. Assim sendo, os autores da historiografia brasileira podem encaminhar possibilidades para revisar a História do Brasil, atentando-se para as formas de uso e exploração da natureza ao longo do tempo e em diversos ambientes. Através dela podemos retomar os grandes problemas da formação da sociedade brasileira e do Estado, a partir do ponto de vista ecológico[10].

A História Ambiental pode ser a abertura para a consideração de novos fatores nas explicações históricas. Para esclarecer esta questão, cito como exemplo o trabalho de Warren Dean sobre a Borracha no Brasil. Para explicar o porquê não havia condições de desenvolver a agricultura em sistema de plantation nas seringueiras do norte do Brasil, ele abandonou todas as explicativas que giravam em torno da falta de tecnologia, das distâncias, do trabalho e focou em uma micro forma de vida: um fungo não possibilitava a plantation. Por isso as seringueiras estavam dispostas uma longe da outra, inviabilizando uma grande produção. Se fossem plantadas em linhas, o fungo afetaria todas elas. Esta constatação é muito inspiradora. O autor, ao desviar o foco de análise para uma explicação ecológica, assumiu uma postura incomum e defendeu-a com muita habilidade no seu próprio texto. Ele conseguiu dar conta de uma perspectiva teórica e metodológica completamente nova, com uma abordagem histórica capaz de agrupar temas sobre as relações entre a natureza e o ser humano, tendo como pano de fundo a História do Brasil. Neste sentido, Warren Dean, de forma brilhante, conseguiu intercalar seu recente interesse pela História Ambiental com sua formação de historiador social e econômico[11].

Segundo Donald Worster, o objetivo principal da História Ambiental é o aprofundamento dos entendimentos sobre como os seres humanos foram, através dos tempos, afetados por seu ambiente natural e, inversamente, como eles afetaram esse ambiente e quais foram os resultados. Seu tema principal vai além da humanidade, chega a uma esfera não-humana[12].

José Augusto Drummond destacou que uma das características metodológicas e analíticas da História Ambiental consiste em focar “uma região com alguma homogeneidade ou identidade natural”[13].

Worster estabeleceu um conjunto de questões que a História Ambiental procura responder: a primeira delas é sobre a organização e funcionamento no passado, antes das interferências humanas. A segunda versa sobre a organização social e econômica perante o ambiente natural. E a terceira trata das percepções, pensamentos e desejos humanos sobre o mundo natural. Elas serão devidamente discutidas no decorrer do texto[14].

As fontes para fazer História Ambiental podem ser aquelas utilizadas e conhecidas na historiografia, - as fontes oficiais, relatórios técnicos, relatos de viajantes, literatura, mapas, entre outras. Entretanto, são analisadas com novos olhares, a elas são feitas novas perguntas. O trabalho de campo é uma ferramenta necessária, pois, o historiador ambiental deve andar pelas florestas, entrar em trilhas encobertas, em busca de vestígios da relação entre humanos e natureza. De acordo com Regina Horta Duarte, o diálogo com os cientistas naturais é uma das maiores tônicas da História Ambiental[15].

Sobre a História Ambiental e a temática da água, Julian Alejandro Osorio em “Las dificultades de una ciudad: Bogotá y su compleja relación com el agua durante el siglo XX” apresentou os dados levantados pela IWHA – International Water History Association, concluindo que a quantidade de publicações sobre a água e as relações entre as sociedades e a natureza não eram suficientes para considerar a existência de uma massa crítica sobre o tema. Segundo o autor, ainda é prematuro falar da existência de uma “escuela de historia ambiental del agua”, apesar de haver uma produção bibliográfica sobre a água e sua história, não há uma corrente historiográfica sobre o tema[16].

Lise Sedrez, historiadora brasileira, disponibiliza uma extensa bibliografia virtual sobre a História Ambiental da América Latina. A autora ressaltou que são poucos os estudos sobre os recursos hídricos na região e sobre a água e sua relação com as cidades, destacando que ainda há muito por ser feito nessa temática no continente latino-americano[17].

A água como problema social e ambiental tem sido recorrente ao longo da história do mundo, mas somente no final do século XX que ela assumiu um papel singular nas questões ambientais, naquele conjunto das preocupações ecológicas da década de 1970. Os questionamentos sobre a qualidade e a quantidade da água do planeta se deram a partir da constatação de que o crescimento demográfico nos países do terceiro mundo estava causando a deterioração de recursos naturais[18].

Osorio apresentou algumas manifestações em torno da questão da água que partiram de organizações mundiais. Segundo o autor, os aspectos que abrangem e definem a questão da água no início do século XXI estão resumidos no diagnóstico que a UNESCO realizou por ocasião do Ano Internacional da Água Doce, em 2003. Os dados apresentados no documento se referem à falta de abastecimento de água e a pouca qualidade daquela disponibilizada, e também da deficiência do tratamento de esgotos nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos[19].

Osorio destacou que um antecedente importante para o debate acerca do problema da água foi a Agenda 21, aprovada na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992. O capítulo 18 reconheceu que a água se transformou em um problema global, devido à contaminação, às mudanças climáticas e à péssima gestão do recurso e a evidente escassez em certas regiões do planeta[20].

O mesmo autor situou instituições que estudam aspectos relacionados à água. Por exemplo, a Organização Internacional da Saúde - OMS e a Organização Panamericana da Saúde - OPS. Elas iniciaram, em 1998, uma série de estudos na África e na América Latina, avaliando as reservas e o estado da água nestas regiões. Eles revelaram que 99% da população rural não possuíam abastecimento de água potável e a maioria dos centros urbanos estava afetada pela escassez[21].

A água pura é um líquido formado por duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio - H2O. Ela é um líquido incolor, inodoro, insípido e transparente, constituindo-se no mais importante solvente da natureza. O local onde a água é encontrada determina a cor, o gosto e a temperatura. A água, portanto, é um elemento da natureza, um recurso renovável, com três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. Possui uma classificação mundial, que difere água doce[22], água salobra[23] e água salgada[24]. A sua distribuição no planeta está concentrada em 97,5% de oceanos e mares, somente 2,5% de água doce. Dessa porcentagem de água doce, 68,9% formam as calotas polares, geleiras e neves eternas (cumes de montanhas), enquanto os 29,9% restantes de água doce, constituem-se em águas subterrâneas, os outros 0,9% correspondem à umidade do solo e a água dos pântanos. Logo, pode-se observar que as fontes hídricas são abundantes, mas mal distribuídas[25]. Em certas regiões são retiradas quantidades muito maiores que a oferta, ocasionando um desequilíbrio na disponibilidade deste recurso[26].

A interação das condições climáticas com os aspectos geológicos no Brasil, resultou em uma das mais extensas e densas redes de rios perenes do planeta, com cerca de 13,8% do deflúvio médio mundial. A hidrografia brasileira é composta por três grandes unidades hidrográficas: Amazonas, São Francisco e Paraná, que correspondem a 80% da produção hídrica do país, cobrindo aproximadamente 72% do território nacional[27].

Contudo, apesar da abundância de recursos hídricos, verifica-se um grave problema de abastecimento no Brasil. As águas utilizadas para consumo humano e para outras atividades sociais e econômicas, conhecidas como águas interiores ou mananciais hídricos[28], são retiradas de rios, lagos, represas, e aquíferos[29]. As regiões que abrigam estas fontes sofrem constantes pressões do crescimento urbano e populacional[30].

No caso de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, os principais mananciais de abastecimento situam-se na Região Metropolitana de Curitiba (RMC),

 

[1] HOLANDA, Sérgio Buarque. Visão do Paraíso. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. XVIII.

[2] WORSTER, Donald. Para fazer história ambiental. Revista de Estudos Históricos. n. 8, 1991.

[3] BURKE, Peter. A escrita da História. São Paulo: Unesp,1992.

[4] LADURIE, E. Le Roy. O clima: a história da chuva e do bom tempo. In: LE GOFF, Jaques. História novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1974.

[5] LADURIE, E. Le Roy. Op. cit., 1974, p. 13.

[6] Ibid.

[7] Ibid.

[8] Há uma dedicação intensa em torno dessa contribuição para a História Ambiental brasileira.

[9] MARTINEZ, Paulo Henrique. História Ambiental no Brasil. São Paulo: Cortez, 2006.

[10] DRUMMOND, José Augusto. A História Ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa. Revista de Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, 1991.

[11] DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da mata atlântica. São Paulo: Cia das Letras, 1997.

[12] WORSTER, Donald. Op. cit., 1991.

[13] DRUMMOND, José Augusto. Op. cit., 1991.

[14] DRUMMOND, José Augusto. Op. cit., 1991.

[15] DUARTE, Regina H. História e Natureza. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

[16] OSORIO, Julián Alejandro O. Las dificultades de una ciudad: Bogotá y su compleja relación com el agua durante el siglo XX. Simpósio de História Ambiental Americana, 2003, p. 7.

[17] Ibid, p. 7.

[18] OSORIO, Julián Alejandro O. Op. cit., 2003.

[19] Ibid.

[20] Ibid.

[21] Ibid.

[22] Água doce: água que ocorre na natureza com baixa concentração de sais (salinidade igual ou inferior a 0,05%), conforme o Dicionário Ambiental.

[23] Água salobra: água com salinidade entre 0,05% e 3%, sendo considerada imprópria para consumo humano. Conforme DA.

[24] Água salina: água com salinidade igual ou superior a 3%, considerada imprópria para o consumo humano.

[25] Informações disponíveis em: . Acesso em Abr/2008.

[26] Água potável: segundo a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano, anexa à Portaria 1469/00 do Ministério da Saúde, é aquela cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde.

[27] Disponível em: . Acesso em Abr/2008.

[28] Fonte de abastecimento de água: pode ser um rio, um lago, uma nascente ou água subterrânea. Conforme D.A.

[29] Aqüífero: camada de rocha permeável, areia e cascalho, situado no subsolo, capaz de armazenar e fornecer água subterrânea em quantidade. Conforme D.A.

[30] 30 Disponível em: . Acesso em Abr/2008.